O menino pobre que nasceu em Três Corações e que encanto o mundo com a sua genialidade com as bolas nos pés!
Por Renato Ferreira -
Nesta sexta-feira, 23 de outubro, todas as redações de jornais, rádios e TVs do mundo inteiro reservaram espaço para parabenizar um brasileiro genial. E não é um político por belas gestões públicas, ou um brasileiro nascido em berço de ouro por suas caridades. Falamos de Edson Arantes do Nascimento, o menino negro e pobre, nascido em Três Corações, ou, simplesmente, Pelé, o gênio que encantou o mundo jogando futebol.
O Pelé
Vi o Pelé jogar apenas uma vez no Pacaembu, se não me engano, em 1971. Poderia ter visto outras vezes, pois, apesar de ter apenas três anos, quando Pelé estreou com 17 anos, na Copa da Suécia, em 1958, já tinha 15, quando o Pelé, ao lado de outros craques, encantava o mundo mais uma vez, no tri, do México, em 1970.
Mas, nem precisava ver o Pelé em campo para admirar a sua genialidade. Até hoje, basta ver os vídeos, ou apenas ouvir as narrações de rádio, para perceber o quanto Pelé era gênio. E com certeza, nunca houve e nunca haverá outro jogador igual ao "Rei do Futebol".
Alguns argentinos afirmam que Maradona é maior que o Pelé. Mas, contra fatos e números não há argumento. Além das jogadas geniais, apesar de Maradona ter sido também um craque, ele precisaria ganhar três mundiais pela Seleção da Argentina, mundiais por Clubes, para começar a querer se comparar ao Pelé. Nesse caso, desculpem os argentinos, mas, o que há é uma ponta de grande inveja.
O Edson
Entre os brasileiros, há aqueles que não conseguem separar o homem Edson do "Pelé". Não, os critico, mas, eu separo uma coisa da outra. O Edson, como todos seres humanos, é falho e, com certeza, pagará por isso. Mas, desde os 17 anos, o Edson carrega a fama e nem por isso, se perdeu ou denegriu o nome do seu país, como outros fizeram.
Ao contrário, fez com a sua arte o que todos os políticos juntos jamais fizeram pelo Brasil, em termos de tornar a nossa nação conhecida e respeitada no exterior. Até parar guerras, o Pelé conseguiu quando excursionava com o Santos. Também deu a sua contribuição como ministro do Esporte e pelo que sei, não consta nada que o desabone nessa passagem pelo governo Federal.
Poucos meses antes dela morrer, tive o privilégio de entrevistar a Sandra, a filha que o Pelé não quis abraçar e vê-la como filha. Evangélica, Sandra ainda estava no hospital e a entrevista foi para uma revista cristã. Ela falou da sua história e podia ver nos seus olhos a sua tristeza. Era a cara do Pelé. Sempre critique o Pelé por isso, como também a todos, famosos ou não, pela mesma atitude.
Em 1969, ao marcar o seu milésimo gol no Maracanã, contra o Vasco, Pelé disse uma frase emblemática sobre sobre administração pública, solidariedade e inclusão social, que com certeza, se todos os políticos tivessem seguido, hoje, não teríamos ainda tantas crianças abandonadas, sem escola, e idosos desamparados. “Quero que pensem no Natal, querem que pensem em nossas criancinhas. E faço um apelo para que nunca se esqueçam das crianças pobres, dos necessitados e das casas de caridade” - Pelé.
Portanto, hoje, o Brasil e o mundo parabenizam Edson Arantes do Nascimento pelos seus 80 anos de vida, e agradecem ao Pelé! (Renato Ferreira)